quarta-feira, 14 de abril de 2010

É ano de copa!

É ano de copa! É ano do Brasil! Não importa aonde formos não há fuga, vamos torcer pela seleção. Que o futebol é o esporte mais praticado no mundo não é novidade. Logo o fato de que existem mais países registrados na FIFA do que na ONU mostra que nosso país é tipo uma super potência. E isso é uma coisa para nos orgulharmos, porque nesse universo paralelo em que o planeta terra fosse plano, como antes de Colombo, e com traves nas extremidades o Brasil seria uma mistura de União Européia e Estados Unidos ao mesmo tempo.

Somos o país do futebol, acredita-se que todo brasileiro sabe jogar bola, ou pelo menos gosta de futebol. Mas a verdade é que somos um país tão popular que o fato de se tratar de um esporte assim fica evidente forçar-se tanto a barra. Ser popular não é tão ruim, afinal isso atrai turistas e seu dólares, euros, ienes, etc. E o futebol também não, ele acompanhou o país em momentos importantes como na primeira copa conquistada em 1958, mesmo momento da construção de Brasília; em 1970 durante a ditadura amenizou o sofrimento e orgulhou muita gente; em 1994, ano do tetra, o país em uma virada econômica fantástica com o plano real. Também devo citar que na América do sul, uma histórica rivalidade política também se reflete nesse esporte.

Mas o que então? Será que o Brasil só é futebol? E quanto aos outros talentos brasileiros em outros esportes? Hora ou outra se ouve falar de vôlei, basquete, formula 1, natação, atletismo, iatismo, patinação, raramente ciclismo e outros esportes. No entanto parece que todos estes são inferiores quanto à grandiosidade do futebol. Não obstante este esporte acaba sendo entendido por ópio do povo, expressão combatida por Roberto da Mata. Talvez esta fama se faça pelo fato de que o futebol já se encontra presente no imaginário nacional e isso se reflete em sua identidade.

O que torna esse esporte tão popular pode ser o fato de que é fácil, são poucas as regras, barato e envolve muitas pessoas. Isso anima as pessoas, cria um sentimento explosivo e essa paixão já motivou muitos cronistas como Nelson Rodrigues, João Saldanha e Armando Nogueira. De fato outros esportes acabam perdendo força e principalmente patrocínio. É o caso do ciclismo. Poucos são capazes de se manter neste esporte, caro e complicado. Aos poucos que ficam, lutam e se arriscam ficam as dívidas de peças caras e quase descaráveis.

Em vários países da Europa o ciclismo é um esporte muito praticado e incentivado, isso acaba tornando-o mais acessível. Aqui no Brasil vemos equipes se montando, ganhando corridas importantes, mas não são capazes de representar as nossas cores lá fora. Isso faz que mesmo com tamanha falta de estímulo se reconheça que este esporte sobreviva devido à paixão de seus atletas. Estes que treinam quase sem condições para enfrentar a difícil tarefa de permanecer no esporte.

Mas façamos uma prece, pratiquemos nossas mandingas, oremos, jejuemos e vamos lá, pois o ano é de copa e a nossa seleção só precisa da nossa força. Deixemos os patrocinadores cuidarem das contas, já que estaremos tão dopados que seu marketing nos fará comprar seus produtos. Não há problema nisso, a verba será muito bem aproveitada na pobre África do Sul.

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