quarta-feira, 9 de dezembro de 2009


A vida é um hospital onde cada doente está possuído pelo desejo de mudar de cama


Charles Baudelaire

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Sexo: indescritível



Colunista comenta recente palestra de autor britânico Martin Amis sobre a difícil relação entre sexo e literatura.

Colunista da BBC Brasil - Exatamente. O sexo é indescritível. Ou seja, não dá para se escrever sobre ele. Dá para se escrever sobre sexo no sentido de que, digamos assim, a moça era de meia altura, loura e curvilínea e o rapaz alto, moreno e de olhos claros. Daí os dois se dão 1) um beijinho e 2) as mãos, para 3) ir depois ao cinema. Ou para o quarto do hotel, se quisermos beirar a audácia. O resto são reticências, ponto, parágrafo, virar a página e partir para um bate-boca ou tiroteio. O equivalente a deixar nosso casalzinho bem a sós no escuro às voltas com... bem, às voltas com suas voltas

Isso, ao menos, em literatura. E segundo nosso bom e talentoso Martin Amis, escritor de meia-idade, meão, de lábios sobre o fino, cabelos macios e pele alva ansiosa por... Calma. Estou me deixando levar pelo assunto que ainda não cheguei a abordar nem de frente nem de costas para o arco adversário. Vamos tentar de novo abrindo outro parágrafo.
Em recente palestra para estudantes e admiradores, realizada no Centro de Estudos da Universidade de Manchester, dedicado à nova literatura, o festejado romancista e ensaísta Martin Amis começou sendo controvertido e citável, o que nunca deixa de ser louvável em qualquer escritor que se preze. Disse ele o seguinte diante da plateia que se reuniu para ouvi-lo numa das palestras com o tema "Literatura e sexo":
"O sexo é indescritível e, no entanto, ele povoa o mundo".
Algum dos presentes, se não disse, deve ao menos ter pensado, rimando, que "mesmo quando não povoa é uma boa". Enquanto outros divagavam pensando besteira ou se concentravam nos conceitos emitidos pelo renomado escritor, que, então, prosseguiu: "Eu mantive durante anos a fio uma discussão com meu pai (Martin é filho de Kingsley Amis, romancista dos bons) sobre sexo e literatura. Ele dizia que há certas áreas em que a literatura não deve se aventurar. Para ele, não dava para se descrever o sexo." Martin Amis cita então o pai por sua vez citando Henry James, outro que sabia das coisas e que, em determinada ocasião, escreveu que "narrar um sonho é perder um leitor".
Outro alguém, sempre na plateia, assim como quem não quer nada, pode, ou não, ter raciocinado intimamente que "sexo não tem nada a ver com sonho, bolas!" Mas deixemos para lá esse mau humorado indivíduo e voltemos às ponderações de Amis fils. Que, a seguir, com talento, ofereceu uma pequena história do sexo na literatura, de Geoffrey Chaucer a Lolita, de Vladimir Nabokov.
A seguir, fez para o auditório a pergunta: "Agora que temos a total liberdade de escrever sobre sexo, cumprimos bem ou mal o trabalho descritivo?"
Não se sabe, ou eu não sei, a reação dos presentes. Não sei se articularam ou não seus mais recônditos pensamentos a respeito do delicado assunto. Eram estudantes. Jovens, fica subentendido. Por jovens podemos dizer (eu, ao menos, posso e digo) que boa parte dos jovens não pensa em outra coisa. Se escrevem a respeito em seus blogs ou nos blogs dos outros, se twittam ou deixam de twittar, não sei e não tenho vontade nenhuma de saber. Sei que uma revista literária importante, The Literary Review, costuma nomear e premiar todos os anos aquilo que batizou de Bad Sex, no sentido de fracativas (ridículas ou destemperadas) tentativas de descrever essa mais antiga das diversões ou passatempos.
Will Self, outro escritor presente aos trabalhos, convidado especial de Amis, e que já esteve em festa literária no Brasil, como todo mundo, insistiu em dar seu depoimento. Self, ele próprio, já indicado três vezes para abiscoitar (arrã) o prêmio Bad Sex, perguntou retoricamente a si mesmo (Self, ele próprio, a si mesmo, pegaram?): "Será que eu escrevi mal sobre o sexo ou meramente escrevi sobre o mau sexo?" Acrescentando que "o erótico é metafórico". Prosseguindo para decretar que "a crise em nossa (lá dele) cultura é que nos permitem escrever sem metáforas".
Mais: "Dar nome às partes envolvidas no processo sexual é algo que corrompe muito... Eu acredito na manipulação dos desejos sexuais dos leitores, provocando-os metafórica e literalmente." Will Self finalizou sua intervenção confessando, ou, para não passar julgamento, simplesmente dizendo que, quando escrevia sobre a homossexualidade, "começava a ter sonhos eróticos homossexuais" e passava a "alimentar desejos por homens".
Ninguém na distinta plateia, evidentemente séria e pouco sexista, se importou ou comentou a respeito. No que Martin Amis aproveitou a lacuna para dizer que o processo de escrever, de uma forma geral, já é "horrendamente onanístico" e que "um romancista é alguém que se sente mais vivo quando sozinho".

Terminada a palestra, os participantes partiram para suas respectivas solidões e outro processos, talvez mais gostosos e menos controvertidos.

sábado, 24 de outubro de 2009



Para a liberdade e luta

me enterrem com os trotskistas
na cova comum dos idealistas
onde jazem aqueles
que o poder não corrompeu

me enterrem com meu coração
na beira do rio
onde o joelho ferido
tocou a pedra da paixão

[Paulo Leminski]

Um mito!

Pense em um cara que é um mito, um símbolo que acredito ser o mais representativo dentro dos esportes. Esse é o cara, Lance Edward Armstrong, o maior ciclista de todos os tempos, o cara que é o único heptacampeão do Tour de France, principal prova de ciclismo mundial. Esse cara passou por vários desafios na vida, entre eles um câncer que o deixou 1274 dias longe de sua maior paixão: a bicicleta. Fundador da instituição conhecida por livestrong, que ajuda na luta contra a doença.
Ele voltou de sua declarada aposentadoria para participar das principais provas de ciclismo do ano, inclusive o Tour de France onde alcançou a 3° classificação mesmo após ter quebrado a clavícula no Giro D' Itália. Lance Armstrong é, definitivamente, um mito no ciclismo. Se fossemos comparar com o futebol, brasileiro só entende assim, ele é mais importante para o ciclismo do que o Pelé + Zico + Garrincha + Zidane + Ronaldos juntos. Mas ele não parou, ano que vem estará de volta com seu novo time RadioShack para marcar mais uma vez sua participação no Le Tour de Lance, digo, France.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

"Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade."

Confúcio

Como diria Goethe, “o covarde só ameaça quando se acha em segurança”.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Falsos conceitos!



Não entendo porque as pessoas insistem em se guardar das coisas do mundo. Tudo nessa vida é tão passageiro, é claro que por alguns momentos agente imagina que determinadas emoções serão para sempre, mas não são. Podemos muito bem viver melhor se deixarmos de nos preocupar com coisas tão passageiras. O medo de coisas novas e transformações é muito deprimente.


Posso até entender o puritanismo em mentes mais velhas, mentes de pessoas que já passaram por coisas muito diferentes e não estão dispostas a aceitar novidades, no entanto, quando vejo pessoas jovens com pensamentos tão conservadores sinto pena. Isso porque acredito que essas pessoas estão tão presas a imagens constituídas em suas mentes doentes, que têm medo de experimentar coisas novas. São um tipo muito peculiar de covardes. Aqueles que têm medo de fazer mas não tem coragem de ficarem calados.

É claro que existem coisas que chocam bastante, mudanças que são difíceis de aceitar, do tipo: considerar ‘MC Créu’ como compositor e sua dança como sucesso. Ok, nada contra o funk, mas tudo tem limite. Como é possível imaginar que nossas crianças possam ouvir isso e não fazer nada para evitar.Ou em outros casos o simples fato de se mudar algo em seu corpo pode torná-lo um pecador maior do que aquele que lucra financeiramente com a fé alheia.

Ok, estou puto com críticas que devia ignorar, mas irrita saber que existem pessoas sem problema algum, pessoas tão boas que não cometem vacilos, pessoas tão puras e limpas de espírito, pessoas tão bem resolvidas que podem perder tempo cuidando da vida alheia. Se essas pessoas acham que suas palavras valem algo, é melhor guardá-las para que não venham a ter que calar-se por falta delas.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Fiz minha tatooooooo!

Depois de mais de duas horas de sofrimento já posso dizer que sou um tatuado, não que isso vai mudar muita coisa na minha vida, do tipo: ficar mais inteligente ou mais bonito, mas fiz algo que queria a muito tempo!Ficou uma bela obra de arte, feita pelo Humberto, foi difícil marcar com ele, mas um é ótimo tatuador.
Esse desenho que escolhi não é apenas uma imagem de um leão feroz, na verdade representa uma divindade. Eu escolhi por ser um ser dotado de força e representatividade. Narasimhadeva é o nome Dele.

terça-feira, 20 de outubro de 2009


À cidade de contrates colossais


Quando a vontade de uma criança, que pede uma bala, enfrenta o olhar assustado de sua mãe cega e pobre (uma coisa não deve ser vista junto à outra sempre), mas de alma nobre que trabalhou muito em uma cidade linda, que tem a atenção do planeta (por estar feia), pois terá a atenção do planeta em 2016 (por ter se parecido magnífica). Percebo através de sentidos virtuais que não há mais lógica na catástrofe provocada por um erro de logística, que deveria atender ao bem da população que sofre. Não há mais concordância nas palavras, tudo que há são antíteses.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Bem vindos!


A todos os meus amigos, ou não, que queiram visitar-me ou apenas "curiar" um pouco do meu mundo... sempre que possível vou postar fotos ou textos que possam transmitir um pouco de conhecimento, loucura, radicalidade, controvérsia, esquisitice, ecoturismo ou alguma outra coisa que se refira às minhas atividades extremamemte normais. Divirtam-se ;)